Um Beatle na minha casa

Infelizmente, por motivos que não cabem aqui, não pude ir ao show do Paul em São Paulo.
Não me cabia em tristeza.
As músicas do Fab Four desenham meus relacionamentos desde sempre.
E, se formos ver, o fazem com qualquer um.
I've just seen a face quando conhecemos alguém.
Something (ah, something) quando vemos que aquela pessoa tem algo especial.
Hey Jude quando o amor acaba e precisamos do consolo de alguém.
Paul e John falavam com cada coração daqui deste lado da vitrola. Um grande amigo, que me ensinou a conhecer e gostar dos Beatles, disse uma vez que não havia nada melhor do que eles para compensar qualquer dor de amor mal resolvida.
E eu vivenciei isso, pois as três músicas ali em cima serviram para mim para um relacionamento.
Quando vi seu rosto, não tinha como não me apaixonar.
Com a distância, all my lovin' fez tanto sentido, pois eu mandava cartas diariamente para ela.
E ela tinha algo mais que especial, Something that i don't know.
E, quando acabou, tudo o que eu sentia era que o peso do mundo estava sobre as minhas costas. Um peso que um amigo, na hora certa, soube tirar.

Algumas músicas são imortais? Quando se trata dos Beatles, todas.
E quando se trata do Beatle por excelência, sir Paul, assistir ao show pela TV foi um tanto anticlimático, mas não ruim.

Só foi ruim quando tocou Blackbird.
Ali eu chorei.