quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Indo embora

Manter este espaço para que?

Tenho uma leitora regular.

Não tenho sentido a mínima vontade de contar para ninguém o que ando fazendo da vida.

Emagreci os quilos que querria, agora estou mantendo o peso para as futuras gerações.

Ninguém comenta, ninguém sabe de mim.

Na verdade, ninguém anda se importando muito.

Quero andar na chuva hoje e ser feliz amanhã.

Estão tocando O amor tem sabor prá quem bebe a sua água. Quem sbae umas gotas de chuva tenham gosto de amor hoje?

Pensando seriamente em não voltar aqui.

Quem quer o contrário, por favor, se manifeste.

Obrigado.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Senso de humor

Pelos comentários que tenho recebido meu senso de humor não está sendo compreendido. Devo começar a guardar minhas piadas para mim mesmo...

Comentário

"Obrigada pelos elogios no meu blog, João. E também pelas longas horas de msn trocando idéias, elas me ajudaram muito a definir algumas coisas do Diário. E da minha vida, porque não?

Pena termos uma definição de distância bem diferente, enquanto para você ela é um empecilho, para mim é apenas mais um detalhe.

Enfim, foi ótimo conhecê-lo, um bom ano pra você, sorte, tudo de bom e até nunca mais."

Tá.. eu NÃO ENTENDI isso...

Inventário da festa

Fiz o churrasco da empresa onde eu trabalhava neste sábado. O inventário abaixo:

1 - vários "Você emagreceu!" entusiasmados,
2 - alguns "Você está bonito" pouco entusiasmados,
3 - Nenhum "Quero dar prá você" sem nenhum entusiasmo.

Algumas coisas não mudam...

sábado, 11 de dezembro de 2010

Coisas velhas

Revirei baús digitais esta semana. Encontrei um CD há muito perdido que contém A Viagem de Angelo inteira dentro de si. Vaguei e divaguei. Esta tem sido uma semana para lembrar serenatas antigas e revisar amores mal resolvidos.

Conversei com meu primo sobre a ligação da Principezza. Disse que queria entender o que estava acontecendo, que eu não entendia. Ele sabe mais das mulheres que eu (qualquer um o sabe, na verdade) e me deu algumas ideias. Falou sobre carência, falou sobre dependência e sobre o perigo de dizer a ela o que realmente sinto (não que seja segredo, mas verbalizar não está nos meus planos).

Eu pensei seriamente e preferi não correr o risco. Hoje foi a reunião de fim de ano da empresa onde trabalhávamos. No mesmo lugar onde eu a vi da outra vez. Mesma casa, mesma praia, mesmas lembranças de sua blusa preta e da calça jeans que deixava sua bundinha tão redondinha. Suspirei olhando o mar e falei entre dentes.

"Filha da puta".

Sentado no carro ao lado do meu primo, estacionados na frente da casa da Gabi, ela chegou e ele falou.

"A Gabi é alguém prá quem você pode pedir opiniões sobre várias coisas. Quer ver? Gabi, se você liga para um ex seu as duas da manhã de um sábado, o que você quer?"

"Dar".

(silêncio. Eu falo)

"É... acho que posso usar os conselhos da Gabi às vezes. O que não é o caso agora"...

Jogamos video game a noite inteira. Até duas ou três da manhã. Era terça-feira e eu tinha me separado oficialmente.

Quero olhar para a frente, mas o passado insiste em se ocultar no meu presente...

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Vizinha

Chego em casa carregando o corpo depois da academia. Hoje foi um dia prá contar nuvens, falar de amor, qualquer coisa, menos para assinar o divórcio. Não em uma semana típica, quando o frenesi derrotista e saudosista bate a porta. Principezza, Capitu, todas me procurando para falar de outras coisas que não as que eu quero, que não de amor.
Então, a Tudinha me liga ontem e me deixa em par de tudo o que vamos fazer. Como uma receita de bolo, a assinatura dos papeis segue uma série de rituais aos quais não estou acostumado, com os quais não estou habituado. Ao meu lado, no ônibus, senta-se a velhinha que varria a rua.
_ Como está a sua menina?
A minha menina... Ela falou o nome, claro, e só o nome dela já me faz ter calafrios de saudade. Nome aberto, sem sílaba átona, nome que termina com A. Tão forte que minha cunhada que é xará eu não chamo pelo nome, chamo de cunhada prá não lembrar da tudinha.
Eu inventei, não vou mentir (não prá vocês, prá ela tudo bem). Disse que estava tudo bem, que ela estava feliz, trabalhando, dando aulas, que nos havíamos mudado de cidade e que eu só estava ali para resolver umas coisas. Presságio do dia seguinte (o hoje do começo), um aperto tomou meu coração, uma sensação de não estar tudo certo, como se eu fosse a peça quadrada no buraco redondo, ou um inglês branco no bairro do Sowetto.
E eu quase quis acreditar na minha mentira.
Hoje, no fórum, ela chegou atrasada (como sempre) perdeu documentos dentro da bolsa (como sempre) sorriu pouco (como sempre) e estava linda (como nunca). Veio com o irmão, que eu amo quase como um irmão para mim. Ele me olhou com tristeza, mas conversamos bastante. Eu e ele. Ela notou. Quando me viu suspirou longamente, tal qual eu fiz, como quem diz que algo maravilhoso acabou, como quem olha para o outro e vê como que um membro amputado de si mesmo, ainda pingando sangue, manchando de lembranças o tapete da sala. Sim, ela é um pedaço de mim. Talvez o melhor que eu já tive, mas era muito orgulhoso para admitir, talvez o mais belo e eu era cego para enxergar. Sim, a Tudinha era tudo mesmo.
Ao meu lado, no ônibus do dia anterior, a senhorinha tecia seus elogios, e eu concordava com todos. "Ela é tão doce, não é?". Sim. Doce em palavras e carinhos, doce nos beijos, doce no olhar. É a única pessoa que já conheci que consegue ter um olhar doce e sensual ao mesmo tempo. Nem Capitu, com seus olhos de ressaca tinha tais olhos, nem a Principezza (que Deus a tenha em sua santa glória no hall de ex-namoradas) com suas sobrancelhas paralelas longilíneas.
Nenhuma mulher me olhou como ela. Nenhuma mulher me enxergou como ela. E, apesar de saber que eu era quem eu era, alguém totalmente diferente do que ela queria ou esperava, ela queria estar comigo.
Mas eu me sentia sufocado, preso, amarrado, controlado. Por ela, por sua co-dependência da família, por um emprego opressor, por uma série contínua de derrotas e frustrações com as quais eu não podia lidar.
Não. Isso não justifica eu ter querido a separação mais do que tentar ajeitar as coisas. O problema é que não era nosso relacionamento que tinha problemas. Era eu.
Eu, que não controlava meus ímpetos. Eu, que não conseguia vencer a frustração. Eu, que me sentia vazio.
Como ainda me sinto.
Vazio e sozinho, como sempre me senti.
E ela entrou naquele hall do Fórum mais alta do que o normal. Ela se fez bonita para mim. Não para me agradar, mas para mostrar o quanto está bem, feliz, de pé. Ela me deixou orgulhoso. Gostei de ve-la daquele jeito. Minha tudinha levantando a cabeça, orgulhosa, imponente, sentindo um desprezo profundo por quem não merece seu amor.
Não tirei os olhos dela. Meu olhar, incrédulo, perguntava "como permiti que esta situação chegasse a isso?" a memória me faltou, esqueci os pormenores (como sempre), deixei que apenas os momentos bons me viessem.
E aquele cabelo comprido, lindo, e aquele mesmo jeitinho sonso, postura caída, que eu achava tão irritantemente charmosa, e aqueles olhos de quem é dona do próprio nariz.
E eu, entregue a ela. Se ela quisesse mudar tudo, naquele momento, eu aceitaria. Eu mudaria. Eu transformaria nossas vidas.
Mas tem coisas que não voltam.
Voltei chorando para casa, pensando em uma música do Leoni. 50 receitas, cujo refrão, gravei na cabeça.
Eu já ouvi, 50 receitas prá te esquecer
E eu sei que nada vai resolver
Porque tudo, tudo me traz você
E eu já não lembro prá onde correr
Ela me deixou sem chão, sem ar, sem horizonte.
Ela me deixou apaixonado. De novo. E eu só perguntei... Porque você não fez isso antes? Porque esperou que nos separássemos para me deixar desse jeito novamente? Porque não foi dona de si antes?
Eu lhe dei liberdade. Ela não entendeu no primeiro momento, mas deve ter entendido agora.
Já que ela voou para longe.
Cheguei em casa depois da academia (o início deste texto) e a vizinha, uma senhora portuguesa, puxou assunto.
_ Correndo muito? Tens que correr mesmo... Isso que faz bem. Nada como atividades para esquecer o que a gente passou. O que passou é passado, O jeito é olhar para a frente.
Entrei em casa, fechei a porta.
_ Quem contou para a vizinha da minha vida?
Minha mãe fez um silêncio resignado de criança que peidou no parabéns. Minha cunhada entrou no banho e eu parado, suado e fedido, tentava, ainda, controlar as lágrimas que não pararam desde a saída do fórum.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Intensidade

Sentimentos são complicados. Lidar com eles é um desafio no qual sou um desajeitado.
Engraçado... Escrevo tão bem, me comunico com facilidade, sou inteligente, entendo de geologia a astronomia, Escrevo bons poemas, sou bom no que faço...

Mas não me peça para entender os sentimentos. Sejam os meus ou os de qualquer pessoa.

Neste momento toda minha família está em volta da árvore de natal sorrindo alegres. Minha cunhada montando a árvore enquanto meus pais e meu irmão estão em volta, olhando e conversando.

Todos sorriem. Menos eu, apesar da alegria latente.

Odeio época de natal...

E odeio estar sozinho.

E odeio me sentir sozinho.

Discussão

Discuti ontem com a Principezza via mensagens de celular.

Estou cansado dela achando que eu ainda a amo só porque pergunto como ela está, ou digo que estou com saudades.

Engraçado... Ela pode enviar mensagens aos sábados às duas da manhã para saber como estou, mas eu não posso mandar uma mensagem dizendo que estou com saudades.

Estou cansado de todos controlando minha vida. Parece que voltei a adolescência. Sinto-me subtraído da minha liberdade.

Sinto que todos querem tomar decisões por mim. Estou extremamente triste. Quando mandei a mensagem ontem tudo o que eu queria era uma amiga para desabafar.

Mas eu não posso ter isso sem que ela pense que eu ainda a amo, sendo que isso não é verdade.

Desculpem se não ando engraçado. Apostem... não voltarei a estar engraçado tão cedo. Não estou com a mínima vontade.

sábado, 4 de dezembro de 2010

No que eu ando pensando?

Sorvete, bolo de chocolate, emprego, filmes de faroeste, Baixista, pistache, celular, apartamento, recursos humanos, sexo, Dexter, Scott McCloud, Twitter, blogs, prova de amanhã, Baixista, Itaquitanduva, Principezza, ser cafajeste, cinema, teatro, Músicas do Leoni, Baixista, otimismo, sonhos se realizando, depressão, Deus, ausência de Deus, traições sofridas, traições perpetradas, Baixista, Blackbird (RIP), morte, vida, severina, Baixista, Baixista, Baixista...

E ela está ligada a umas três ou quatro palavras deste mundo de coisas nas quais ando pensando.

Baixista, Baixista, Baixista... Ainda bem que é minha amiga.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Antebraços

Enquanto sofro mortalmente para puxar vinte quilos nos antebraços (não me fale sobre nomes de músculos, não os conheço), ela chega do lado. Lora, baixinha, seios duros e bonitos, marido por perto. Completamente fora da minha alçada.
_ Posso alternar com você?
_ Já terminei.
Martírio acabado, entrego o peso para ela, que o puxa como se nada estivesse acontecendo.
_ Ei, não precisa me humilhar!
Ela sorri, mas eu sei que não é o bastante.