segunda-feira, 26 de julho de 2010

Primeiro encontro e o parmigiana

Se eu fosse contar com o restaurante para agradar a J., eu estaria ferrado. Fomos ao C3, na Paulista para comer e descobrimos, de forma bastante desagradável, como aquele lugar é complicado no domingo.

Não tendo onde sentar, sugeri que comessemos uma lasanha de camarão em um restaurante que eu já conheço. Infelizmente a lasanha estava em falta e a J. estava com preguiça de ler cardápio para decidir o que queria comer. Pensei "Não estou agradando". E "que raio de idéia foi essa? lasanha de camarão? Isso lá é coisa que ela vá gostar?"

Conseguimos um lugar para sentar, uma mesinha minúscula onde nossos joelhos batiam toda hora. Pensei no livro "O corpo fala" e não consegui lembrar de nenhuma referência a joelhos, mas elas devem haver. Durante todo nosso encontro tentei encontrar algum movimento que entregasse que ela gostara de mim. Não encontrei.

No entanto, passamos dez horas juntos. tomamos sorvete, matamos nosso vício (comum) em serotonina comendo chocolate (chocolate! Sim, eu disse que eles não estariam por aqui, mas um primeiro encontro merece uma excessão), conversamos, conversamos e conversamos... Acho que é sinal o bastante de que ela gostou de mim. Quero crer que uma menina bonita, simpática, inteligente e extrovertida tem mais o que fazer em um domingo do que ficar com um cara meio estranho que ela mal conhece e, se o fez, é porque este cara ainda ofereceu uma boa companhia.

***

Quer me deixar inseguro, perplexo, sem saber o que fazer? me fale alguma das seguntes frases:

_ O que você quer fazer?
_ Você que sabe!
_ qualquer coisa!

Isto tudo entra no âmbito do imponderável. "e se" eu pedir um parmigiana, será que ela vai gostar? e se eu comer soja? e se eu me jogar do vão livre do terceiro andar?

_ Quer comer um parmegiana?

Pior escolha que poderíamos fazer. Fora as batatinhas, nada no prato prestava. o arroz salgado, o bife, sem sal, a salada, pobre. Mas, ao vencedor, como diria Brás Cubas, as batatas!

E ela comeu batatas fritas por uma hora e meia. Estou reclamando? ao contrário! Adorei cada segundo ao lado da J. E ainda achei pouco. Quando a gente encontra alguém que gosta das mesmas coisas que a gente, sempre fica um gosto de quero mais na conversa...

***

_ Gosto de Limão como tempero.
_ Eu gosto de azeite como tempero.
_ Será que tem vinagrete?
(passei meia hora discutindo com o chefe do restaurante que queria porque queria vinagrete para o acompanhamento da J. Não consegui, frustrado)
_ Gosto de soja.
_ Não sou muito amigo de soja. Gosto de suco de soja. É gostoso.
_ É. melhor que refrigerante.
(Desisti sutilmente da idéia de pedir uma coca cola gelada.
_Gosto de suco de manga.
(adoro manga, um ponto para mim!)
Ela tentava de todo jeito me deixar à vontade. Quando estou com uma mulher me sinto na obrigação de satisfaze-la em tudo o que ela desejar. Se é um vinagrete que ela quer, vou até o inferno para busca-lo. Se é o suco de manga, encaro quantas lojas de artigos naturais eu precisar encarar para encontrar o nectar divino. Encarei 3 e a J. tomou suco de manga e eu fiquei feliz.

O encontro foi ótimo. Ainda tomamos sorvete, como disse lá em cima, e chocolate. Depois, no metrô, um beijo. Minha auto-estima volta, eu estou sorrindo, coisa rara nos últimos dias. Agora preciso correr um pouco quando a chuva passar. Ah, como é bom ter um encontro novamente!

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