Visto o meu corpo de gordo
Como armadura de um cavaleiro andante
Mas trago a agilidade do trapézio
No absurdo do meu salto.
Dias a fio desafio a física
Contrariando as leis da gravidade,
Já que a farta matéria que me cobre os ossos
Deveria me dar o ritmo das pedras.
Meu gesto é fácil e meu passo é voo.
Meu pulo é largo e espanta os tristes
E todos aqueles que, de medo,
Guardaram meus saltos no bolso da rotina.
Meu corpo livre, volumoso e leve
É como um traje espacial
E saio pelo espaço.
Não tenho tubos me ligando ao módulo
Mas já tive um cordão muito umbilical.
Eu sou o astronauta sem regime,
O Dom Quixote do carboidrato.
Jô Soares
hahahahaha
ResponderExcluirEra pra rir?
Não, não era...
Mas Jô é um "corpulento" de humor igualmente farto
E inteligência apetitosa...
Bjs